O Rio Grande do Norte registrou, em 2023, a maior produção de petróleo e gás em quatro anos. No período foram produzidos 508.235 barris de óleo equivalente por dia (boe/d) na média anual. Este é o melhor resultado desde 2019, quando o estado extraiu 571.991 boe/d. O acumulado do ano passado é 0,83% maior se comparado a 2022.
No comparativo entre os meses de janeiro de 2023 e de 2024, o aumento na produtividade média foi de 16,2%: subiu de 37.158 boe/d para 41.846 boe/d e as perspectivas para os próximos anos são positivas. Os números são do mais recente boletim divulgado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Segundo o geógrafo Gutemberg Dias, que atua na área de petróleo e gás, os dados apontam para um novo momento de retomada da atividade no estado, baseado, principalmente, na atuação das operadoras independentes.
“Quando era a Petrobras, a gente olha para os números dos últimos anos e havia um declínio. Tínhamos um ritmo de diminuição da produção, que vem aumentando agora com as independentes”, afirma.
Operadoras independentes
Uma das operadoras privadas é a 3R Petroleum, que assumiu, em junho de 2023, o Polo Potiguar, em uma operação no valor de US$ 1,2 bilhão. O processo se deu após a abertura para venda dos campos terrestres maduros no processo de desinvestimentos da Petrobras no estado.
De lá para cá, a performance operacional da companhia mostra que a produção está em ritmo de estabilidade para cima. De acordo com relatório do terceiro trimestre do ano passado, a empresa extraiu 25.681 boe/d, em seguida, no quatro e último trimestre do ano, a produção foi de 25.493 boe/d.
Já em fevereiro de 2024, a produção teve leve aumento de 6,7%, totalizando 26.800 boe/d. A produção média diária no Complexo Potiguar representa mais da metade (55,9%) de todos os ativos da 3R, que opera também os polos Recôncavo, Rio Ventura, Peroá e Papa Terra.
“A produção se manteve estável comparado ao mês anterior. A performance do Complexo é justificada pela maior eficiência operacional registrada nos Polo Macau, em função de otimizações na gestão da produção, e compensada por intermitências no abastecimento elétrico dos ativos onshore, justificado por problemas operacionais da distribuidora local e por efeitos das fortes chuvas registradas na região durante o mês de fevereiro”, disse a 3R Petroleum em comunicado ao mercado. O Complexo Potiguar engloba os polos Potiguar, Macau, Areia Branca, Fazenda Belém e Pescada.
Outro importante produtor da região, a PetroReconcavo, também registrou aumento nos recursos extraídos acumulados de 2023, no comparativo com o ano anterior. No total foram 187.899 boe/d em 2023 ante 163.632 boe/d no acumulado de 2022, o que representa um aumento de 14,8%.
Na comparação entre os meses de janeiro de 2024 e 2023, a produção média foi de 13.773 boe/d para 15.245 boe/d (+10,6%). O Ativo Potiguar, da PetroReconcavo, iniciou as operações em 2019 no polo, que é operado pela subsidiária Potiguar E&P, a cerca de 50 km de Mossoró.
“O Ativo Potiguar apresentou um crescimento de 14% realizando investimentos em fraturamentos hidráulicos e perfurações de novos poços”, disse a empresa em comunicado.
A Companhia opera um total de 55 concessões de petróleo e gás natural nas Bacias Potiguar, Recôncavo e Sergipe-Alagoas, mais 8 blocos exploratórios (5 na Bacia do Recôncavo e 3 na Bacia Potiguar), e detém participação em 2 concessões operadas por terceiro.
Mercado aquecido
O presidente da Redepetro RN, José Nilo dos Santos, avalia de forma positiva o incremento na produção, que, segundo ele, reaquece o mercado.
“Vejo como muito positivo e fruto do empenho dos profissionais da área, da determinação dos investidores e do emprego de muita tecnologia”. O impacto, diríamos que vem à reboque, com reflexo direto na geração de empregos, na distribuição de royalties para os proprietários das terras e para os entes federativos, e no fortalecimento da cadeia produtiva”, ressalta.
Números
Produção média anual acumulada
2023 – 508.235 boe/d
2022 – 504.011 boe/d
2021 – 491.702 boe/d
2020 – 490.818 boe/d
2019 – 571.991 boe/d
2018 – 603.866 boe/d
2017 – 707.254 boe/d
2016 – 788.932 boe/d
2015 – 840.155 boe/d
2014 – 858.689 boe/d
Fonte: ANP
Com informações da Tribuna do Norte