A suspensão do processo de venda de 38 ativos da Petrobras, por 90 dias, anunciada ontem (29) pela estatal, não afeta as negociações em torno da aquisição do Polo Potiguar, em fase final de transferência para a 3R Petroleum. A decisão da companhia atende a um pedido do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que solicitou nesta quarta-feira, “melhor avaliação” sobre as estratégias de desinvestimentos da empresa.
Em nota, a Petrobras salientou que a medida não incluirá processos em estágio avançado de negociação, caso do Polo Potiguar, que já encontra-se em fase de assinatura. Segundo o documento, a estatal cumprirá os direitos e deveres já assumidos, de modo a não causar danos às partes.
“Vale notar que esta revisão não deverá incluir os desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos de forma a cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas pela Companhia, com calendários e datas inclusive já definidas para ocorrer ao longo dos quatro trimestres de 2023, e, desta forma, não causar qualquer dano as partes envolvidas nas negociações, em especial a Petrobras”, diz a nota.
Negociação
A compra dos ativos do Polo Potiguar pela 3R Petroleum começou há pouco mais de um ano, em janeiro de 2022. O negócio foi fechado pelo valor de US$ 1,38 bilhão. Desse total, US$ 110 milhões foram pagos em 31 de janeiro (data da assinatura do acordo) e US$ 1,04 bilhão deverão ser pagos na data do fechamento da transação. Além disso, US$ 235 milhões serão quitados em 4 parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, com início em março de 2024 e fim em março de 2027.
O acordo inclui 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), juntamente à sua infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural.
Além do Polo Potiguar, a Petrobras tem outros quatro contratos assinados aguardando conclusão do negócio para venda dos ativos: a refinaria Lubnor, no Ceará, para a Grepar Participações, por US$ 34 milhões; o Polo Norte Capixaba (campos maduros onshore no Espírito Santo), para a Seacrest, por US$ 544 milhões; os Polos Golfinho e Camarupim, no pós-sal da Bacia do Espírito Santo, para a BW Energy, por US$ 75 milhões; e os campos de Pescada, Arabaiana e Dentão, em águas rasas da Bacia Potiguar, para a Ouro Preto Óleo e Gás (hoje 3R).