Quase 157 mil pedidos de conexão sistemas de micro e minigeração distribuída (GD) realizados entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023 foram negados no Brasil, mostram dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A modalidade que permite que consumidores produzam a própria energia elétrica, é mais de 99% composta por sistemas de energia solar fotovoltaica.
A reguladora disponibilizou um painel de informações sobre solicitações realizadas até o dia 7 de janeiro de 2023, data limite estabelecida pela Lei 14.300 para garantir a manutenção das regras antigas de compensação de créditos de energia (GD 1).
O levantamento, com informações atualizadas até 31 de agosto, mostra quase 600 mil pedidos de conexão foram realizados no período, com um percentual de reprovação de 17,9%. A Aneel ainda informa que 14 distribuidoras não encaminharam dados, incluindo de grandes áreas de concessão, como a CPFL Paulista, a Enel São Paulo e a EDP São Paulo.
Conforme a agência, a maioria dos pedidos é negado por motivo de documentação incorreta, incompleta ou outras não conformidades. Essas solicitações somam 25 GW, potência superior a atual capacidade instalada existente do segmento, que é de 23 GW.
Entre as empresas com informações disponíveis, a Cemig lidera em número de pedidos negados, com 53 mil, seguida pela Neonergia Coelba e pela Celesc, com 26,9 mil e 20,8 mil, respectivamente. Já o ranking de percentual de pedidos negados é liderado pela Sulgipe, com 48,8%, a frente da Celesc (38,8%) e da Cemig (31,94%).
R$ 3 bilhões em prejuízo
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) afirma que suspensões e cancelamentos de instalações de energia solar em residência e empresas resultam em prejuízos que ultrapassam R$ 3 bilhões. A entidade defende que a GD tem sofrido um boicote deliberado nos últimos meses por parte das concessionárias de energia do Brasil.
A associação promoveu um mapeamento com a participação de 715 empresas integradoras em todo o Brasil, que atuam com projetos e instalação de sistemas fotovoltaicos. O levantamento, feito de 14 de julho ao início de agosto deste ano, mostra que há cerca de 1 GW em projetos represados pelas concessionárias de energia elétrica, num total de mais de 3,1 mil pedidos de conexão cancelados e suspensos.
Segundo a pesquisa, as distribuidoras que apresentam maior quantidade de projetos fotovoltaicos represados são a CEMIG, em Minas Gerais, a CPFL Paulista, no Interior do Estado de São Paulo, a RGE, no Rio Grande do Sul, a Coelba, na Bahia, e Elektro, em parte do território paulista e no Mato Grosso do Sul.
Com informações do Portal Solar