Os investimentos com exploração de petróleo e gás devem superar os valores mínimos históricos registrados no auge da pandemia de Covid-19 e alcançarão uma média de US$ 22 bilhões de dólares por ano em termos reais nos próximos cinco anos. A previsão consta no mais recente relatório da consultoria internacional Wood Mackenzie.
Segundo a consultoria, fatores como economia favorável à exploração, a necessidade de segurança energética e o surgimento de novas fronteiras incentivarão as empresas de petróleo e gás, lideradas por empresas estatais e Majors.
O novo cenário ajudará a aumentar os recursos aplicados em exploração até 2027, de acordo com o relatório “Exploration quietly recovering”, divulgado recentemente.
De acordo com a diretora de Pesquisa de Exploração Global da Wood Mackenzie, Julie Wilson, o novo panorama poderá ser surpreendente, mas é necessário observar o cenário dentro de um contexto geral.
“Embora essa recuperação possa surpreender alguns, deve ser vista no contexto. A exploração passou por um boom durante 2006 a 2014 e os gastos atingiram US$ 79 bilhões (em termos de 2023). Mas nos seis anos anteriores, a média foi de US$ 27 bilhões por ano em termos de 2023. Embora os gastos aumentem, eles não retornarão nem perto dos máximos do passado e provavelmente haverá um teto para o aumento. Há uma falta de perspectivas de alta qualidade que satisfaçam as métricas econômicas e ESG de hoje, e um foco contínuo na disciplina de capital evitará gastos excessivos”, ponderou.
O crescimento começará em 2023, com gastos projetados para aumentar 6,8% sobre os totais de 2022 (em termos reais). Ainda de acordo com a Wood Mackenzie, os retornos de ciclo completo da exploração estiveram consistentemente acima de 10% desde 2018 e ultrapassaram 20% em 2022.
“Os melhores resultados se devem a muitos fatores. A alta classificação do portfólio, juntamente com maior disciplina nos gastos e na escolha do prospecto, significa que apenas os melhores prospectos são perfurados e o desperdício é minimizado. Os ganhos de eficiência também servem para aumentar os retornos do desenvolvimento e da exploração,”, pontuou.
A longo prazo, águas profundas e ultraprofundas fornecerão as maiores oportunidades de crescimento para exploração. A Margem Atlântica da África e as regiões do Mediterrâneo Oriental experimentarão o maior crescimento e haverá gastos em algumas novas fronteiras não especificadas.