O Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), referência em pesquisa, desenvolvimento e inovação em energia eólica, solar e sustentabilidade no Brasil, apresentou nesta segunda-feira (31), no auditório do Sebrae de Macapá (AM), projeto do maior mapeamento em curso no país para identificação do potencial eólico offshore (no mar). O estado é o principal contemplado no levantamento, que tem como foco a Margem Equatorial Brasileira.
O projeto “Potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira e o Potencial Energético do Amapá” terá duração de dois anos e prevê investimento total de R$ 5 milhões para identificação das áreas mais promissoras à implantação de parques eólicos na Margem Equatorial Brasileira. As medições foram iniciadas no Porto-Ilha de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e agora começam também no Amapá, onde um total de seis estações deverão contribuir para as análises dos especialistas.
A região total no centro do estudo corresponde a 38,6% do litoral do Brasil, incluindo o Rio Grande do Norte, líder nacional em geração eólica onshore (em terra) e um dos potenciais polos de investimentos futuros em complexos eólicos offshore, com os primeiros já à espera de licenciamento. Os estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará também farão parte do projeto.
A ideia do mapeamento surgiu em 2020, após 13 dos 16 municípios amapaenses sofrerem um apagão de 22 dias, no que foi considerado o maior blecaute da história do país. Além do mapeamento do potencial eólico offshore da Margem Equatorial Brasileira, o projeto terá como resultado o primeiro Atlas Eólico e Solar do estado do Amapá.
“O Amapá passou por uma crise de disponibilidade energética importante, durante a pandemia, e uma das vertentes desse projeto é apontar caminhos possíveis para a diversificação desta matriz energética, hoje baseada principalmente na fonte hídrica”, disse o diretor do Senai-RN e do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello.
O projeto prevê a identificação das melhores áreas de potencial eólico para fomentar o desenvolvimento de projetos de usinas e, além disso, auxiliar os fabricantes de equipamentos a dimensionarem aerogeradores, torres e fundações adequados ao perfil de vento do país. Os trabalhos incluem medições de velocidade e direção dos ventos em pontos estratégicos e o mapeamento de áreas para projetos eólicos offshore.