A Petrobras iniciará, em breve, a perfuração de dois poços na Bacia Potiguar, no Campo de Pitu Oeste e Anhangá. Segundo a companhia, a sonda NS-42 será enviada ao Rio Grande do Norte na próxima semana para iniciar a operação que, segundo expectativas, deve ter início ainda em 2023.
Ainda de acordo com a Petrobras, o equipamento ainda encontra-se em processo de limpeza de casco, última etapa antes do envio à Bacia Potiguar. A estatal não informou em quanto tempo a sonda deve chegar ao Estado. O poço será perfurado a 52 km da costa e, nesta fase, não há produção de petróleo.
“No que tange a duração das perfurações, a previsão é entre 3 e 5 meses para cada poço da campanha exploratória da Bacia de Potiguar”, informou a companhia. Esse movimento marcará o primeiro poço exploratório em toda a Margem Equatorial brasileira, desde 2015.
No início do mês passado, a Petrobras já havia anunciado que a sonda NS-42 estava em processo de conclusão da limpeza da bioincrustação do seu casco numa base de apoio na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O objetivo deste trabalho é prevenir a disseminação de coral-sol, espécie exótica de corais.
A perfuração vai ampliar a pesquisa exploratória, pela qual a companhia pretende obter mais informações geológicas da área e avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.
O projeto de avaliação da descoberta de Pitu, na Bacia Potiguar, está previsto no atual Plano Estratégico da Petrobras, para o período entre 2023 e 2027. A companhia pretende perfurar 16 poços exploratórios na Margem Equatorial, em cinco anos.
O investimento previsto para a região é de cerca de 3 bilhões de dólares, direcionado para projetos de pesquisa e investigação do potencial petrolífero da região. Na perfuração dos dois poços em águas profundas da Bacia Potiguar, deverão ser investidos cerca de 300 milhões de dólares, informou a companhia anteriormente.
Margem Equatorial
A Bacia Potiguar abrange porções marítimas dos estados do Rio do Grande do Norte e do Ceará e é parte da chamada Margem Equatorial brasileira, que se estende entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. A região é considerada uma das mais novas e promissoras fronteiras mundiais em águas profundas e ultra profundas.
Descobertas recentes anunciadas em regiões contínuas a essas fronteiras, especialmente nos vizinhos Guiana e Suriname, indicam relevante potencial de produção de petróleo para a Margem Equatorial brasileira.
“Estamos muito otimistas e entusiasmados com a retomada de novos projetos pela Petrobras. A Margem Equatorial brasileira apresenta expressivo potencial petrolífero e será fundamental para o futuro da companhia, garantindo a oferta de petróleo necessária para o desenvolvimento do país e financiamento da transição energética”, disse o presidente da Petrobras Jean Paul Prates, em outubro.
A renovação de Licença de Operação (LO) que dá a autorização para que os serviços de perfuração ocorram foi concedida pelo Ibama no começo do mês passado. Trata-se da 21ª licença concedida pelo órgão desde 2004 para perfuração na região da chamada Margem Equatorial. A companhia não realizava uma Avaliação Pré-Operacional desde 2013, quando obteve a primeira licença para a mesma área, em Pitu.