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Petróleo: demanda deve cair até 40% nas próximas décadas

Afirmação é do diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim (Foto: Reprodução)

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, ressaltou ontem (5) que, entre os três cenários desenhados pela Agência Internacional de Energia (AIE) para o futuro do setor de óleo e gás, o mais provável é que a demanda por petróleo caia perto de 40% nas próximas décadas até 2050.

Tolmasquim lembrou que 128 países, os quais concentram 88% das emissões globais e 92% do PIB mundial, têm compromissos oficiais para redução nas emissões de carbono.

“Nesse contexto, um fato inquestionável é que a demanda de petróleo no mundo vai cair. Podemos discutir os cenários e, com algum otimismo, vai se atender o que ficou acordado em Paris, com a demanda caindo 40% nas próximas décadas”, disse.

As afirmações foram feitas no seminário “Financiamento para o grande impulso para a Sustentabilidade”, organizado pelo BNDES em parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e a Fundação Friedrich Ebert Stiftung (FES), da Alemanha.

A AIE tem no radar três cenários. No primeiro, nada é feito e os países seguem na toada atual de emissões, o que levaria a um aumento de demanda de petróleo de 8% no período. No segundo, os países cumpririam o acordado em Paris e a queda ficaria na casa dos 39%. Já no terceiro cenário, com os países zerando emissões líquidas, a queda na demanda por óleo bruto chegaria a 76%.

Para Tolmasquim, o segundo cenário é o mais provável não só por esforços diretos dos Estados Nacionais, mas pelo seu reflexo em mercados como o de energia e automobilístico.

“O custo das energias renováveis está despencando. O custo da eólica onshore caiu 72% em 10 anos. Já a fotovoltaica caiu 90% em 10 anos. Eólica multiplicou por cinco a capacidade instalada. Já a solar multiplicou por 40 vezes”, disse Tolmasquim.

Além dessa competição das fontes limpas já existentes, Tolmasquim disse que a chegada de novos combustíveis, como hidrogênio e biodiesel, deve ampliar ainda mais a pressão sobre os fósseis.

 

 

Conteúdo Estadão

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