O Rio Grande do Norte seguirá com o papel de protagonista, desta vez no âmbito da energia eólica offshore (no mar) no Brasil. É o que prevê o diretor de Transição Energética da Petrobras, Mauricio Tolmasquim. Em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, deste sábado (9), o executivo afirmou não ter dúvida de que o estado “é o coração da estratégia da energia eólica offshore”.
Segundo Tolmasquim, a liderança do estado no processo de implantação da eólica offshore está diretamente atrelada ao protagonismo e potencial potiguar na energia eólica onshore (em terra). Somado a isso, também contribui, decisivamente, o que o diretor chama de “ambiente propício” para o desenvolvimento dos projetos.
“O Estado está na vanguarda da energia eólica, tanto onshore quanto offshore. Existe um ambiente propício no governo, investidores, o corpo técnico que já tem muito conhecimento no onshore, que pode ser transportado para o offshore, então eu acho que o Rio Grande do Norte vai liderar esse processo de implantação da energia eólica offshore no Brasil”, pontua.
Ainda de acordo com o diretor da estatal, outros fatores, como a localização geográfica e a qualidade dos ventos, também devem contribuir para que o Rio Grande do Norte fortaleça a condição de protagonista na implantação de projetos de energia eólica no país.
“O Rio Grande do Norte está situado em uma região que tem um grande potencial eólico, que é o Nordeste. E o Rio Grande do Norte tem na área offshore ventos muito bons, como tem na área onshore. Além disso, o Rio Grande do Norte é um dos campeões em termos de energia eólica onshore, é um dos estados com maior capacidade de geração e tem um conhecimento nessa área. O Estado tem tudo para desenvolver e ser um líder na área de eólica offshore”, enfatiza.
Força dos ventos
Prova do potencial dos ventos no Rio Grande do Norte está em informações recentes divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os números mostram que o estado apresentou a maior expansão energética no mês de junho no em todo o Brasil e respondeu pelo aumento de 239,4 MW dos 538,1 MW acrescidos à matriz energética brasileira no período.
Isto é, somente o RN adicionou 44,4% ao acréscimo na matriz nacional em junho. Segundo a Aneel, o desempenho expressivo potiguar decorre da instalação de nove unidades geradoras de energia eólica, fonte na qual o estado ocupa a primeira posição no ranking nacional de geração. No Brasil, das 160 usinas que entraram em operação comercial de janeiro a junho, 67 são eólicas.
O estado também é destaque na somatória de todo o primeiro semestre de 2023. Ocupa a terceira posição entre as 18 unidades da federação que ganharam novas usinas, com 978,4 MW instalados. Fica atrás apenas da Bahia (1.589,5 MW) e Minas Gerais (1.276,2 MW).