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Entidades lançam pacto pelo hidrogênio renovável no Brasil

Representantes das quatro entidades durante assinatura de pacto de cooperação em prol do hidrogênio renovável (Divulgação)

Entidades representativas do setor de energia e da indústria assinaram um novo acordo de cooperação, denominado Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio Renovável. O objetivo da parceria é acelerar o desenvolvimento do mercado brasileiro de hidrogênio renovável (H2R), tanto para exportação quanto para consumo doméstico.

Assinaram o documento, na última sexta-feira (5), a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeéolica), a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio).

A ideia é contribuir para a definição de um arcabouço regulatório, desenvolver o mercado de aplicação de hidrogênio renovável, além de promover o desenvolvimento socioeconômico, por meio da economia do hidrogênio renovável.

A união dos agentes também pretende promover o hidrogênio de origem renovável no país, disseminar as oportunidades de hidrogênio renovável aos seus associados e à sociedade brasileira e aumentar a competitividade da produção e uso do hidrogênio renovável.

União

As ações conjuntas incluirão atividades e projetos técnicos e institucionais, visando a cooperação e participação das partes em grupos de trabalho, comissões técnicas, eventos, reuniões, debates, seminários, palestras, “road shows”, estudos, publicações e todo o necessário para desenvolver a cadeia de valor do hidrogênio renovável no país, bem como estimular investimentos e negócios e sua divulgação no Brasil e no exterior.

“Analistas de mercado projetam que, em poucos anos, o Brasil poderá produzir o hidrogênio renovável mais competitivo do mundo, se desenvolver políticas públicas, programas e incentivos adequados. Por isso, o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), do Governo Federal, deve ser repensado, priorizando e incentivando as rotas de produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis”, ressalta Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar.

Para a presidente da Abeéolica, Elbia Gannoum, o hidrogênio renovável é a chave para um mundo neutro em carbono.

“No contexto da transição energética justa e no processo de descarbonização, temas esses que estão na pauta mundial, o hidrogênio surge como o combustível vetor da transição energética. Ele é cotado principalmente para descarbonizar setores que hoje são de difícil descarbonização, como é o caso do setor de transportes pesados, caminhões e navios, e o setor siderúrgico”, frisa.

Para a AHK Rio, o hidrogênio renovável tem um potencial enorme na reindustrialização do Brasil, o que pode fortalecer as relações bilaterais entre os dois países. De acordo com o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da AHK Rio, Ansgar Pinkowski, o Brasil possui uma grande chance de mudar a sua fama de país exportador de comodities para um país de fornecimento de produtos produzidos de forma sustentável, com uma pegada ambiental muito baixa.

“As indústrias irão se instalar onde as condições climáticas e geográficas forem favoráveis à produção de hidrogênio renovável e o custo de transporte for baixo. Neste contexto, Brasil e Alemanha podem se beneficiar mutuamente: o Brasil, com a sua excelente infraestrutura industrial e a longa tradição de relações econômicas com a Alemanha, atrairá cada vez mais empresas alemãs que querem produzir produtos com maior valor agregado no país. O Pacto Brasileiro pelo Hidrogênio Renovável pode ajudar muito nessa discussão, ao criar condições ideais para apoiar o Brasil nesta caminhada”, avalia.

Também parceiro da iniciativa, a Abiogás lembra que o Brasil é abundante em recursos renováveis, e com potencial de biogás elevado e diversificado, o que o coloca na perspectiva de se tornar o maior fornecedor global do hidrogênio renovável para mercados europeus, asiáticos e norte-americanos. Com isso, o país pode ainda estabelecer um caminho de desenvolvimento econômico e social, baseado em produtos com baixa pegada de carbono.

“Uma vez que a molécula do biometano é igual à do gás natural, porém 100% renovável, o hidrogênio renovável a partir do biogás é obtido fazendo uso dos mesmos processos e da infraestrutura já existente, de forma competitiva. Trata-se, portanto, de uma solução imediata de descarbonização da rota mais utilizada hoje no mundo e que contribui para colocar o Brasil na liderança da produção de hidrogênio renovável”, finalizou, Gabriel Kropsck, diretor executivo da Abiogás.

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